Apesar do baixo orçamento que o governo espanhol destina à Andaluzia, a esperança do outro lado da fronteira de Huelva com o Algarve é a de que Portugal os ajude a ir de AVE a Sevilha.
A parte espanhola não esconde que, por trás deste desejo dos algarvios para reforço do turismo, se esconde o aproveitamento da linha para reforçar a posição do Porto de Huelva como primeiro destino face ao Porto de Sines e com todas estratégias relacionadas com os corredores ferroviários.
No dia 28 de outubro, serão discutidas na cidade de Cáceres as propostas emanadas da XIII Reunião da Comissão Hispano-Portuguesa de Cooperação Transfronteiriça, realizada em Mérida, no dia 29 de setembro. O jornal Huelva Información teve acesso ao documento em seis pontos que inclui todas as propostas que serão apresentadas no encontro entre o Primeiro-Ministro português, António Costa, e o Presidente espanhol, Pedro Sánchez, com os respectivos gabinetes.
É que a região portuguesa conseguiu que um documento central seja tratado na XXXII Cimeira Ibérica entre os governos espanhol e português no final do mês, a fazer parte de um plano básico de infra-estruturas ferroviárias que se vai desenvolver-se em todo o território português nos próximos 15 anos. A ligação transfronteiriça com o vizinho peninsular é essencial nesta rede de comunicações elaborada, que prevê a passagem de fronteira em vários pontos raianos.
O empresários de Huelva aproveitam o impulso do Algarve que consideram como principal aliado, no outro lado do Guadiana, tendo promovido um movimento liderado pela Câmara de Comércio e a FOE (Federação Onubense de Empresários) para o qual se conseguiram a adesão de diferentes grupos e dos autarcas de Huelva, Faro e Sevilha.
O projeto alta velocidade entre Huelva e Sevilha está uma espécie de limbo e, antes, já tinha expirado um estudo de impacto ambiental de outro projeto anterior de um dos investimentos prometidos por sucessivos governos, desde 1991.
O Algarve, em princípio, não faz parte de nenhum dos corredores desenhados em Bruxelas, embora se tenha entendido desde a região portuguesa que a união com Huelva e Sevilha integraria Faro numa rede que será fundamental para o desenvolvimento económico regional através de comunicações na Europa, nas próximas décadas.