A tradição das Janeiras e Charolas continua no Algarve

A tradição das Janeiras e Charolas continua no Algarve

charolas moncarapacho

A tradição continua viva

Vêm do costume de cantar as Janeiras, preferencialmente à porta de casas abastadas, mediante o qual os deserdados da Fortuna visavam receber algo comestível, mesmo que fossem sobras dos manjares natalícios, para assim mitigarem as suas carências alimentares, resultou um dos mais originais subgéneros do cancioneiro popular português associado ao ciclo festivo que começa na Natividade e se estende até à Epifania (ou um pouco depois (portuguesices.com)

Silves

A Praça Al-Muthamid volta a ser palco do XX Encontro de Janeiras no próximo dia 5 de janeiro, pelas 18:30 horas. O espetáculo integra a programação do Silves Alegria do Natal e tem entrada livre.

Participam neste encontro seis grupos, sendo eles: o Grupo de Cantares das Janeiras da Casa do Povo de SB Messines, o Grupo de Cantares das Janeiras “Amigos da Pedreira”, o Grupo de Cantares das Janeiras das Comunidades de Tunes, o Grupo de Cantares das Janeiras da Sociedade Recreativa Alcantarilhense, o Grupo de Cantares das Janeiras da Sociedade Filarmónica Silvense e o Grupo de Cantares «Os Alegres».

A iniciativa é da Câmara Muncipal de Silves

Bordeira

A tradição das charolas regressam à Bordeira, no concelho de Aljezur, depois de interrompidas durante dois anos, devido à pandemia de covid-19, informou a Sociedade Recreativa Bordeirense.

Os organizadores convidam todos os que são adeptos desta tradição e aficionados da cultura popular a visitar Bordeira para ouvir acordeões, pandeiros, castanholas, ferrinhos e muitas quadras de improviso, na Sociedade Recreativa Bordeirense, no Centro de Atividades ao Ar Livre D. Leonor e pelas ruas e cafés.

A iniciativa tem encerramento a em grande no Dia de Reis, a 6 de janeiro, com o tradicional Baile de Reis, em que vai atuar o duo Emanuel e Tânia.

As janeiras são uma tradição que consistia em cantar músicas pelas ruas por grupos de pessoas anunciando o nascimento de Jesus e desejando um feliz Ano Novo, normalmente de 1 a 6 de janeiro, enquanto as charolas são uma versão das janeiras característica do Algarve.

Quarteira

Quarteira celebra tradição de Janeiras e Charolas, associada às comemorações do Dia de Reis, sexta-feira, dia 6 de janeiro, a partir das 19:30 horas, no Auditório do Centro Autárquico de Quarteira, no evento de «Cantares de Janeiras e Charolas».

Este encontro de entrada livre, e nele vão participar a Tuna da Academia do Saber, 0Grupo de Cantares de Janeiras A Força da Tradição de Paderne, a Charola da Amizade da Casa do Povo de Santa Catarina da Fonte do Bispo, o Grupo Coral de Quarteira, Grupo da Amizade, Perijovens, o Cancioneiro do Grupo Folclórico de Faro, Escuteiros de Quarteira, Charola da Casa do Povo da Conceição de Faro e Charolas das Barreiras Brancas.

O evento é uma organização da Junta de Freguesia de Quarteira.

«A temática natalícia reveste-se, na sociedade ocidental, de inúmeros panejamentos, desde a música, passando pela pintura até à poesia, onde marcadamente se faz sentir a tradição e o gosto popular. No nosso país, o culto do Deus-Menino remonta aos primórdios da nacionalidade, muito embora a moda trovadoresca dos provençais haja desviado as atenções palacianas para os assuntos mais mundanos e pagãos. De qualquer modo o nosso «Cancioneiro Geral» dá-nos, ainda assim, alguns belos exemplos da temática bíblica onde, naturalmente, assume posição de destaque o nascimento de Jesus.
Será, todavia, Gil Vicente, no século XVI, quem irá fazer da simbologia natalícia um objecto vivo e cheio de significado, nos autos de Mofina Mendes e dos Quatro Tempos. Segue-se-lhe Baltasar Dias, que, no espírito da Escola Vicentina, compôs o Auto do Nascimento, abrindo, por assim dizer, as portas a uma autêntica avalanche literária, toda ela virada para os problemas inerentes à Natividade.
Desde então o Natal tem sido ponto de encontro dos vultos mais proeminentes da literatura nacional. Recordo, por exemplo, Almeida Garrett na Lírica de João Mínimo, Júlio Dinis nas Pupilas do Senhor Reitor, as Farpas, de Ramalho Ortigão, os contos de D. João da Câmara, Raul Brandão, Fialho de Almeida, e, por fim, as poesias de António Feijó, Fernando Pessoa, Miguel Torga, Vitorino Nemésio, David Mourão Ferreira, e outros poetas das gerações mais recentes
».

José Carlos Vilhena Mesquita em O Natal algarvio e as charolas de Moncarapacho

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