A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH) da CGTP-IN tem levantado uma questão crucial que afeta o tecido social: a desregulação dos horários de trabalho de pais e mães e o seu impacto no desenvolvimento das crianças.
Num comunicado recente, a CIMH sublinha a importância dos direitos fundamentais das crianças ao desenvolvimento físico, mental e social, conforme estabelecido pela Declaração Universal dos Direitos da Criança. No entanto, destaca-se uma lacuna significativa nas condições que as famílias possuem para garantir esses direitos.
A instabilidade laboral, os baixos rendimentos e os longos horários de trabalho não só afetam a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também têm repercussões diretas na vida das crianças.
As creches, que deveriam ser espaços de crescimento e aprendizado, correm o risco de se tornarem meros “depósitos”, onde as crianças passam horas extensas devido aos horários desregulados dos pais.
A CIMH aponta para a necessidade de uma reflexão profunda sobre o modelo atual e suas consequências. A qualidade do tempo partilhado em família está a ser comprometida, e com ela, a saúde emocional e o desenvolvimento das crianças.
Os primeiros anos de vida são essenciais para o desenvolvimento cognitivo e motor, e a falta de contato afetivo e de uma rotina estável pode ter efeitos duradouros.
A comissão exige medidas que respeitem os superiores interesses das crianças, incluindo a redução dos horários de trabalho e o combate ao uso abusivo da laboração contínua e do trabalho por turnos.
A garantia de horários flexíveis para pais com crianças é vista como um passo fundamental para reverter essa tendência preocupante.
Este é um chamado à ação para assegurar que as crianças possam crescer em um ambiente que favoreça seu desenvolvimento integral. É um apelo para que a sociedade reconheça a dignidade do trabalho dos pais e o impacto que este tem no futuro das crianças.
Mais do que nunca, é necessário efetivar os direitos das crianças, permitindo-lhes viver e crescer felizes no país que as viu nascer.