Historiando o problema, lembram que «Há duas dezenas de anos que a população de Cabanas de Tavira, reivindica um acesso pedonal à sua praia, à qual outrora acedia de forma pedonal, possibilidade que lhe foi retirada quando foi politicamente decidido dragar a ria, apesar do local não constituir canal de navegação e a circulação para nascente ser interdita».
Notam depois que, na impossibilidade de se aceder à praia a pé, a travessia da ria começou a ser feita exclusivamente por barco e que tal resultou num «negócio, com destaque para uma delas, a qual, para além da travessia, explora o restaurante da praia, os bares e enorme extensão de palhotas, e à qual a autarquia, à revelia da população, pretende entregar a exclusividade da travessia por mais 25 anos».
Notam que estás medidas acontecem na área de Reserva Natural que goza da mais elevada protecção ambiental e está classificada no POOC como Zona Lagunar de Uso Restrito, e o canal tem «águas pouco profundas com tendência ao assoreamento e apenas duzentos metros a separar os cais entre margens, que antes da referida dragagem era uma muito aprazível praia fluvial».
A decisão da autarquia levou, há pouco mais de três anos, os cabanenses a constituíram o Movimento Cívico «Por uma Ponte Pedonal para a Ilha de Cabanas», o qual tem vindo a lutar pela construção de um passadiço pedonal à praia, «tendo esbarrado na decisão autárquica de intensificação da travessia marítima, em regime de exclusividade, em notório concluio com a referida empresa».
Dizem acreditar, que em causa estão «a defesa de interesses privados com prejuízo do interesse público, fortes indícios de tráfico de influências, um quadro passível de gestão danosa, grave atentado ambiental e desprezo por valores democráticos que nos são caros e certos de que esta questão tem muita matéria para uma investigação jornalística que há muito nos é devida, apelamos à vossa presença neste evento».