João Pimenta Lopes, depois de quatro dias a percorrer os diversos concelhos de Algarve, em contatos com as forças sociais e do trabalho, considerou que «os transportes e da mobilidade têm uma resposta francamente insuficiente, face àquilo que são as necessidades».
Falou sobre a questão da produção nacional e da valorização da produção, no contexto regional, e pronunciou-se sobre a necessidade de elevar o valor dos «muito baixos salários, que tem cada vez mais o salário mínimo», denunciou que, no plano dos trabalhadores, existe aumento da exploração da intensificação dos ritmos de trabalho, desregulação dos horários de trabalho, e enumerou as propostas que o PCP tem vindo a sistematicamente propor, designadamente, a elevação do salário mínimo nacional para os oitocentos e cinquenta euros, considerando este valor hoje já insuficiente, mas, ainda assim um salto significativo, se acompanhado da atualização das tabelas do IRS.
Também lembrou que o salário médio cada vez se distancia menos do mínimo e que esse nivelamento pode está a provocar o que tem acontecido nos últimos anos «que é, passo a expressão, o salário mínimo a comer as categorias salariais a seguir e, no fundo, são os salários que já foram, digamos, considerados médios a aproximar-se e a ficar cada vez mais próximos do salário mínimo». Referiu-se também às reformas que o PCP considera baixas.
«Dá-nos uma uma perspectiva daquilo que é uma situação em que cada vez mais se empobrece trabalhar. Ao mesmo tempo, quando a gente vai às fábricas, vai aos locais de trabalho, se verifica a procura da intensificação da carga laboral, até da desregulação dos horários de trabalho, nomeadamente nos horários noturnos».
João Pimenta entende que não tem que ser assim. «O compromisso que do PCP e da proposta que também levamos aos trabalhadores, aqui, um pouco por todo o distrito, é a necessidade de valorização dos salários e pensões, da fixação de preços dos bens essenciais para para combater essa perda de poder de compra, que se tem agravado, de, ao fim ao cabo, intervir para regular os mercados também na energia.»
Disse que, em relação à habitação, tivemos o anúncio um aumento das taxas de juro e, com isso, mais um contributo através das políticas da União Europeia para o agravamento do empobrecimento geral da população portuguesa, tendo em conta que isso vai repercutir nas prestações dos créditos à habitação que muitas centenas, de milhares de famílias. Muitos milhares, aqui no Algarve, estão a pagar e estão a ver os seus empréstimos à habitação, as prestações, a duplicar e mais que duplicar, ficando numa situação de grande desproteção.
Como medidas para palear esta dificuldades, João Pimenta lembrou que «PCP apresentou e neste contacto foi possível avançar com essas propostas, a questão de que se pusesse os lucros que enormes que a banca está a ter, atualmente dez milhões de euros, a pagar esse aumento das taxas de juro, e que o banco público, a Caixa Geral de Depósitos está aqui já ao virar da esquina cumprisse o seu papel, também para a regulação da banca no nosso país, nomeadamente através da definição de spreads máximos,0,25% por cento.»
Disse que o seu partido propôs uma moratória, tal como sucedeu no período do COVID, para garantir que nenhuma família fica numa numa situação em que se pode ver, num futuro imediato, inclusivamente uma situação de ter que entregar a casa à banca.
«Mas também intervir para salvaguardar o direito à habitação não não apenas àqueles que estão a comprar casa mas àqueles que legitimamente optam pelo aluguer, o arrendamento de da habitação. Quando nós hoje somos confrontados também aí com uma brutal especulação ponto de vista do mercado imobiliário que leva ao aumento significativo dos preços das rendas e que leva a que senhorios coloquem de um dia para o outro situações de despejo ou a quase duplicação das rendas, sem qualquer tipo de proteção».
Considerou esta situação como inaceitável e que são necessárias medidas concretas para implementar.
João Pimenta falou falou das realidades ligadas ao setor da saúde «que também aqui no Algarve se vem degradando há muito e agora de uma forma mais acentuada com a redução de especialidades nos hospitais de de Faro e de Portimão com a redução do número de médicos de família».
Quanto mais não seja porque seguem o o ritmo da vida e vão para a reforma e «têm todo o direito de o fazer. Seja porque os enfermeiros procuram fora do país as condições que não encontram aqui, no nosso no nosso país».
«Aproveitámos também para lembrar quarenta por cento do Orçamento de Estado da Saúde segue direitinho, de uma forma direta ou indireta, para os bolsos do negócio e da doença, para os bolsos dos privados, e que esse caminho de degradação se vem acentuando e que o governo do Partido Socialista não contribui para contrariar serve os interesses das clínicas que vão aparecendo um pouco por todo o Algarve».
Sandra Pereira revelou que o PCP iniciou as jornadas de contato em Setembro passado, em Braga como parte da ligação «muito profunda à realidade nacional». Rvelou que decidiram ir ambos ao mesmo distrito, terem os dois uma agenda em quase todos os distritos, paralela, para conhecer melhor a realidade de cada distrito, no mínimo de três dias.
Aqui no Algarve tivemos quatro dias e faltam-nos ainda quatro distritos. Terminaremos em em outubro este périplo por todos os distritos de Portugal.
Disse também que, desde setembro, sente, de facto, que há uma degradação sobre a que havia em setembro. «Já havia dificuldades, dificuldades muito sérias é o que nós sentimos, mas tem havido uma degradação pelas questões da habitação em que o aumento das taxas de juro tem estado a sufocar famílias».
«Num estabelecimento comercial algarvio houve uma uma uma funcionária que nos disse que que há turistas de Lisboa que estão a cancelar as férias no Algarve porque as prestações subiram tanto não conseguem vir passar férias, portanto também aqui depois também se reflete não só nas questões da habitação diretamente nas questões da habitação mas depois também se reflete na questão eh do turismo».
«Também nos foi dito que há mais de vinte anos que não se via um verão assim em que não há dinheiro, em que está tudo parado, foi-nos dito, aqui, mas também já tínhamos ouvido em Armação Pera, já tínhamos ouvido isto em Albufeira».
«As coisas estão a piorar a questão também do aumento do custo de vida é mais ou menos uma ideia generalizada de que a medida do IVA zero é para tapar o sol com a peneira. Toda a gente percebe que o Estado deixou de arrecadar um imposto, que os preços não baixaram, pelo contrário, houve até aproveitamento porque um dia antes da redução do IVA, os preços aumentaram e quem está ,a aproveitar-se disto são os grandes grupos económicos que ficam com uma margem de lucro maior».