Dezenas de ações estão marcadas para assinalar a data com a dignidade que ela merece às mulheres de todo o Mundo. As novas gerações, contudo, têm uma ideia vaga das razões que levaram à instituição deste dia, tão importante e que resultam de uma luta das trabalhadoras americanas.
No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica têxtil de Nova Iorque ocuparam as instalações, durante uma greve, na qual reivindicavam que, o horário de trabalho de 16 horas diárias, fosse reduzido para 10 horas. Em troca do seu trabalho diário de 16 horas, recebiam um terço do salário que auferiam os homens trabalhadores.
Foram encerradas na fábrica, onde se declarou um incêndio e cerca de 130 morreram queimadas, por apenas terem tentado auferir um direito que hoje, e ainda bem, está consagrada na Constituição da República Portuguesa, aprovada na sequência da Revolução do 25 de Abril de que se comemoram os 50 Anos.
Independentemente da forma que cada mulher hoje escolhe para celebrar o seu direito à liberdade, essa luta começada então ainda não terminou, em especial no mundo do trabalho, onde as desigualdades continuam a imperar, com a cantiga que as mulheres não fazem o mesmo que o homem, esquecendo que a mulher, quando chega a casa ao fim do dia, ainda tem uma montanha de tarefas a desempenhar, normalmente sem ajuda do seu par ou dos filhos.
Quis o calendário que o 8 de março fosse o dia do encerramento da Campanha Eleitoral para a Assembleia da República. Amanhã, dia da reflexão e, em complemento da celebração da sua liberdade, no dia de hoje, seria recomendável dar uma última vista de olhos aos programas dos partidos e verificar o que propõe cada um, em especial quando ela tem de acumular as tarefas do lar com as do emprego.