A coordenação regional releva o fato de o intérprete ter dedicado o prémio “aos 1480 alunos da Escola EB 2,3 Dom Dinis, de 40 nacionalidades diferentes, em Quarteira! Vocês não são o Futuro, são sim o Presente onde urge a Mudança”, prontificando-se a fazer tudo aquilo que estiver ao seu alcance para que “até 2030, o projeto SIC (Sucesso, Inclusão e Cidadania) seja regenerador e intemporal!”
Dino d’Santiago junta este troféu a uma coleção variada de distinções conquistada ao longo da sua carreira artística, nota a CCDR Algarve. É o artista que mais prémios recebeu nos Play – Prémios da Música Portuguesa, prémios anuais cuja primeira edição ocorreu em 2019 (Melhor álbum – Mundu Nóbo, melhor artista solo e prémio da crítica – 2019, Melhor álbum – Kriola, melhor artista masculino e prémio da crítica – 2021, Melhor artista masculino e prémio da crítica– 2022).
Coletivamente, o projeto Nu Soul Family foi premiado com o MTV Europe Music Award para Melhor Artista Português em 2010, tendo também sido nomeado noutras ocasiões pelas suas participações nos Expensive Soul. Em 2020, Dino d’ Santiago voltou a ser nomeado de novo para o mesmo prémio, desta vez com o seu projeto a solo.
Em 2021, muito justamenye foi distinguido pelo Município de Loulé com a Medalha de Mérito – Grau Ouro. Nesse ano, seria ainda considerado pela MOST INFLUENTIAL PEOPLE OF AFRICAN DESCENT, um dos Afrodescendentes mais influentes, em termos globais, e colocado entre as personalidades negras mais influentes da lusofonia, listadas na PowerList100 criada pela revista Bantumen com o apoio de várias entidades. No último sábado, também foi galardoado com o prémio para a Melhor Música Tradicional (Voei de mim), na XI Gala da Cabo Verde Music Awards (CVMA).
Claudino Pereira
Dino d’Santiago é o nome artístico adotado por Claudino Pereira, nascido em Quarteira, em 1982. Filho de pais cabo-verdianos, naturais de Santiago, cresceu no Bairro dos Pescadores para o qual os pais tinham ido morar ao chegarem a Portugal. Este bairro, que após a revolução do 25 de Abril, tornou-se residência de emigrantes oriundos de Angola, Cabo-Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe para trabalhar na construção civil e no turismo, bairro que começou a ser demolido em 1997 fazendo com que Dino fosse morar com a família para o Bairro da Abelheira. Seria no Coro da Igreja de São Pedro do Mar ali ao lado que começaria a cantar com os pais e os irmãos.
Nos anos 90 do século passado, com a chegada do hip-hop a Portugal, Dino é convidado por rappers que também moravam no Bairro dos Pescadores para fazer os ganchos nas músicas deles. É nesta altura que começa a compor.
Torna-se conhecido em 2003, quando, ao acompanhar a sua amiga Carla de Sousa ao casting para a segunda edição da Operação Triunfo, é ouvido a cantar por um dos câmaras. Este pergunta ao rapper Virgul, dos Da Weasel, que era seu amigo, porque é que ele também não se inscrevia para o casting. Passa na seleção ao cantar uma música da banda de rap Black Company e alguns originais seus.
É na Operação Triunfo que conhece Ludgero Rosas que o convence a mudar de nome artístico. Assim, Dino, que em 2008 havia lançado um primeiro álbum com o pseudónimo “Dino SoulMotion”, passa a ser Dino d’Santiago, nome pelo qual é chamado em Cabo Verde, prestando assim homenagem à terra natal dos pais.
Após a sua participação no concurso, Dino d’ Santiago dedica-se a vários projectos de hip-hop, R&B e Soul. Colaborou com projetos como os Expensive Soul, para os quais fez coros. No fim da década de 2000, forma o seu próprio grupo, ao qual deu o nome de “Dino & The SoulMotion”, e passou integrar o projeto Nu Soul Family – do qual fez parte parte durante 11 anos, ao lado de nomes como Virgul.
Atualmente, para além da sua carreira artística, Dino d’Santiago integra o júri do programa televisivo The Voice Portugal, o talent show das noites de domingo da RTP, ajudando a formar e promover novos valores da música portuguesa.