Está contida a entrada da planta em águas portuguesas
Após quinze anos de luta intensa contra o jacinto-de-água, no leito do rio Guadiana Internacional, a Confederação Hidrográfica do Guadiana, Espanha, anunciou ter vencido a batalha contra esta espécie invasora, utilizando um plano radica de combate e controlol.
A Confederação considera que, em todo o curso do rio Guadiana, está controlada a propagação da espécie. Porém, a luta não vai cessar com este êxito e prosseguem os trabalhos de vigilância e manutenção até à erradicação total.
O rio Guadiana tinha as suas águas cobertas de maciços desta planta flutuante que impediam a passagem da luz solar e diminuíam os níveis de oxigénio, prejudicando a fauna piscícola e os pescadores. Foi no ano de 2004 que se detetou a presença da planta nas águas do rio, tendo chegado a cobrir mais de 185 quilómetros do caudal e 635 quilómetros das margens, em todo o percurso.
Foram investidos mais de 50 milhões de euros durante os últimos quinze anos nesta luta, lançando um Plano de Choque em Outubro de 2018, seguindo uma estratégia delineada por especialistas da Confederação que colocou no terreno equipas de técnicos especializados e maquinaria pesada, para extração das grandes manchas de vegetação desta planta. Foram também utilizados mais de 5.000 metros de barreiras flutuantes para segregar a invasão, utilizando três dezenas de embarcações adaptadas.
O antes e o depois
Nos últimos dois anos, esta luta contou com um dispositivo permanente de 100 trabalhadores. Foi até utilizada a colaboração do ministério da defesa de Espanha, que participou com a Unidade Militar de Emergência. Com a aplicação do plano, ficam protegidas as infraestruturas de rega, as culturas de regadio associadas e foi mesmo, conseguido conter a entrada massiva da planta em águas portuguesas, evitando um desastre económico e ambiental na Península Ibérica.
O jacinto-de-água
O jacinto de água é uma espécie exótica invasora emergente que tem a sua ação facilitada pelas alterações climáticas. É uma planta flutuante originária da floresta amazónica, estando considerada como a das mais perigosas do mundo para os ambientes aquáticos. Encerra um risco para o ecossistema fluvial, as economias regionais e a saúde pública. É uma espécie de rápida propagação e as suas sementes permanecem ativas por quinze anos.
Fonte: Confederación Hidrográfica del Guadiana