Em 2023, Portugal alcançou um marco significativo na produção de energia renovável, abastecendo 61% do consumo elétrico do país com um total de 31,2 Terawatt-horas (TWh), o valor mais alto registado no sistema nacional.
A contribuição do Algarve para a energia renovável de Portugal está-se a tornar cada vez mais significativa. A empresa Águas do Algarve (AdA) possui três instalações fotovoltaicas e está a construir mais quatro, além de 55 instalações com unidades de microprodução fotovoltaica, totalizando uma capacidade de 220 kWp.
O objetivo desses investimentos é aumentar a produção de energia renovável 100% para autoconsumo, visando atingir a neutralidade energética nas operações do grupo Águas de Portugal até 2030.
O Algarve é uma região ideal para a instalação de fotovoltaicas, pois beneficia do maior número de horas de sol no país, propício para a produção consistente de energia solar.
Nos próximos dez anos, está previsto um investimento de cerca de 44,8 milhões de euros para estabelecer plantas de energia renovável na região. Estas instalações serão principalmente de energias eólica, hídrica e solar, sendo um componente crucial do programa ZERO desenvolvido pela Águas do Algarve, SA, parte do Programa de Neutralidade Energética do grupo AdP.
A REN, empresa responsável pela rede elétrica, detalhou que a energia eólica foi responsável por 25% do consumo, seguida pela hidroelétrica (23%), fotovoltaica (7%) e biomassa (6%). A produção hidroelétrica cresceu 70% em relação ao ano anterior, enquanto a fotovoltaica aumentou 43% devido à expansão da capacidade instalada.
A produção de energia não renovável caiu para 19% do consumo, o menor valor desde 1988, influenciado pelo aumento da energia renovável e pelo saldo importador, que atingiu 20% do consumo, o mais alto desde 1981. O consumo de eletricidade pela rede pública aumentou 0,8%, chegando a 50,7 TWh, o mais alto desde 2018. Em dezembro, 73% da eletricidade consumida em Portugal veio de fontes renováveis, com a hidroelétrica mostrando índices de produtividade favoráveis.
Por outro lado, o consumo de gás natural em 2023 foi o menor desde 2014, com uma redução de 21% em relação a 2022, principalmente devido a uma diminuição de 42% no segmento de produção de energia elétrica.
A maioria do gás natural foi fornecida pelo terminal de GNL de Sines, proveniente principalmente da Nigéria e dos Estados Unidos. Em dezembro, o consumo de gás seguiu a tendência de queda do ano, com uma contração de 11,5%.