«Margens Livres» apresentam-se

«Margens Livres» apresentam-se

Três pessoas participando em painel de discussão.

Como tínhamos anunciado, decorreu no dia 3 de maio, o lançamento da antologia de poesia «Margens Livres», dedicada à celebração do 50º aniversário do 25 de Abril, com chancela da Editora Guadiana.

A antologia conta com a participação de Ana Maria Horta, António Cabrita, Áurea Nobre, Clara Lourenço, João Pereira, João Viegas, José Carlos Barros, José Estêvão Cruz, Miguel Godinho, Paula Amaro e Pedro Tavares e comemora os 30 anos da Editora Guadiana e os 50 anos do 25 de Abril.

Poetas da cidade de Ayamonte estiveram presentes na iniciativa, bem como público local.

Em representação da Biblioteca Municipal Vicente Campinas, a bibliotecária Assunção Constantino esclareceu que a antologia surgiu do repto lançado pelo Helder, que é o responsável pela editora Guadiana a vários poetas.

É uma antologia de poetas vilarealenses, frisou e esclareceu: « o que não quer dizer que sejam todos poetas nascidos e naturais, mas que, de alguma forma, tem a ligação a esta terra, decorrente da sua atividade profissional, e que aqui se fixaram».

Chamou a atenção para a pintura exposta no hall da biblioteca, inspirada no território, da autoria de Ana Maria Horta, que tinha sido inaugurada na véspera da apresentação do livro

A antologia que apresentamos hoje é uma antologia que reúne os poetas e eles estão aqui quase todos, destinada a assinalar os 50 anos do 25 de abril, da conquista da liberdade. Ela pretende também marcar os 30 anos de existência da editora Guadiana.

Salientou o trabalho excepcional na terra do editor Helder Oliveira, a quem felicitou e louvou a iniciativa de ter lançado o repto aos poetas «Se não fosse a persistência dele, possivelmente, esta editora já tinha as portas fechadas».

Houve palavras para dois ausentes, participantes no «Margens Livres», José Carlos Barros, prémio Leya que, à mesma hora, apresentava na Casa Álvaro de Campos em Tavira a sua coletânea de poesia «Taludes Instáveis» e Pedro Tavares, «que está a uns quantos quilómetros de distância daqui», ironizando sobre a presença em Timor, em cooperação.

Helder Oliveira, editor de muitos dos trabalhos dos «Poetas do Guadiana» e outros escritores que não encontram acolhimento nas grandes editoras, que o livro «Margens Livres» foi uma iniciativa da Editora Guadiana, para comemorar o seu 30º aniversário e que se integrou, pela temática dos poemas nas comemorações oficiais do Município de Vila Real de Santo António, com o apoio da câmara municipal.

Gostaria de agradecer aos autores que participaram num trabalho árduo, ao longo de três ou quatro meses, com um timing específico para ser, enfim, lançado nas comemorações do 25 de abril, e que, no fundo, conseguimos. Agradeceu o apoio ao executivo camarário e acessorias que ali se encontravam representado por Fernando Horta, vereador do pelouro do Património Imaterial, e, ainda, Vítor Junqueira, Miguel Godinho e Assunção Constantino.

Helder Oliveira disse que o título do livro se inspirou no pensamento de Bertolt Brecht, que citou de cór, «do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento, mas ninguém chama violentas às margens do cumprimento».

Para a Editora Guadiana os poemas plasmados no livro manifestam o que, de mais íntimo, possui o ser humano, o sentimento sobre os temas mais pertinentes da nossa sociedade, o que, em seu entender dá continuidade ao serviço público que a editora Guadiana tem vindo a fazer, na edição e produção da obra gráfica, sendo contributo para a cultura da nossa terra.
Dentro do aspecto gráfico do livro, chamou a atenção para os flamingos que estão na contracapa, uma das áreas úmidas do Sotavento, e que vem da capa interior, atravessam o livro e saem como mensagem de liberdade.

Fernando Horta fechou o ciclo de intervenções citando o trabalho de Pedro Teixeira, Assunção Constantino, Miguel Godinho e André Oliveira. Relevou, para valorizar o trabalho

Palestra em auditório sobre literatura com projeção visual.

desenvolvido na biblioteca Vicente Campinas, «esta casa de porta aberta».

«Celebrar os 50 anos do 25 de abril em liberdade, marcados com um com um livro, um livro de poesia, numa antologia de poetas da nossa terra, edificado por um editora da nossa terra que celebra tão corajosos 30 anos, é um insofismável registro da retoma ao apoio à produção cultural promovida pelos agentes da nossa terra», destacou, para continuar:

Ao serviço do enriquecimento identitário e cultural da nossa comunidade, determinante para a defesa e usufruto da liberdade, nunca será demais agradecer aos nossos poetas.

Fernando Horta terminou citando Garcia Lorca que entendia que a um mendigo deveria dar-se o pão e um livro, referência a que não é apenas a satisfação das necessidades materiais, mas também a cultura e educação que constroem a liberdade humana.

Sobre o autor

jestevaocruz

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