Com a presença de Cláudio Torres e Fátima Palma, respetivamente diretor e arqueóloga do Campo Arqueológico de Mértola, CEAACP, Bilar Sarr, professor e investigado da Universidade de Granada Rosinda Pimenta, vereadora a cultura da câmara Municipal de Mértola, foi ontem, 12 de Junho, ao final da tarde, no salão de festas da Sociedade Recreativa Mesquitense, lançado o novo projeto de escavações arqueológicas da Aldeia da Mesquita, freguesia do Espírito Santo. Presente esteve também Cláudia Arsénio, presidente da freguesia do Espírito Santo, território onde se integra a aldeia alvo da intervenção.
´«Este é um projeto da comunidade da Aldeia da Mesquita» disse Maria de Fátima Palma, arqueóloga no Campo Arqueológico de Mértola, CEAACP, na apresentação do novo projeto arqueológico das Cercas da Alcaria aos naturais da Aldeia da Mesquita que ali acorreram. Estava presente uma plateia de gente interessada, bem representativa, descendente dos fundadores.
Bilar Sarr, professor e invetigador na Universidade de Granada, logo que lhe foi dada a palavra, esclareceu: «O projeto que aqui estamos a apresentar para as Cercas da Alcaria, parte da estreita colaboração que sempre existiu entre a Universidade de Granada, especialmente do grupo em que me integro, e o Campo Arqueológico de Mértola. Um campo que tem sido uma grande referência não apenas para Granada, mas também para toda a arquologia peninsular, Ibérica, e para toda a arqueologia europeia. Temos aprendido e participado aqui, a diversos títulos, nas atividades e em congressos, em cada iniciativa, em cada ação participando e em ações de formação», continuando:
«Este projeto vem na continuidade desta colaboração estreita não apenas dos centros mas das relações de amizade entre os dois países, Espanha e Portugal. E eu atesto a influência que tem tido este campo», e definiu o que se procurava: «A nossa participação neste projeto das Cercas da Alcaria vem na sequência da autorização que pedimos para realizar atividades arqueológicas no estrangeiro».
A arqueóloga do Centro de Mértola, Fátima Palma, adiantou que as escavações vão ser realizadas entre os próximos dias 23 de Agosto e 19 de Setembro. «A aldeia vai ter mais umas quantas pessoas a andar por aqui. A informação não ficará mantida em meio académico e será aberto um gabinete de informação para manter a população informada, revelou Fátima Palma», informou:
«O projeto para o qual foi obtido o financiamento, terá a participação de arqueólogos portugueses, espanhóis e mesmo italianos, apresenta segundo Bilar Sarr, várias perguntas, desde a transição do mundo tardo antigo para o medieval, tendo em conta os vestígios arqueológicos presentes na jazida».
«Esta colaboração entre a câmara municipal de Mértola e a Universidade de Granada de referência internacional ajuda-nos muito. Há colaboradores espanhóis, continuidade da colaboração estreita entre as duas entidades dos dois países» disse Fátima Palma para destacar como positivo, entre os vários lugares, o interesse especial.
A vereadora da cultura Rosinda Pimenta observou: «Não estamos apenas a falar de um projeto de investigação no domínio da arqueologia o campo arqueológico. O projeto é uma iniciativa que acontece numa pequena aldeia, na busca do conhecimento, que possa ser importante, vestígios que possam ter interesse para os dias de depois de adaptados à realidade e ao contexto do local».
E figurou o futuro: «Um caminhante. quando chega da aldeia vai dizer muitas coisas, mas uma das coisas que vai acrescentar é que ali, no lugar da Mesquita, há uma zona de escavação. À medida que este conhecimdento for encontrado e transmitido, as pessoas vão-se dele apropriar e tornar-se seus transmissores. Este processo, mais que em Mértola, que é um local maior, ganha mais significância, por ser numa pequena aldeia, entrando a Mesquita numa escala global, quanto mais não seja no Sul e no Mediterrâneo.
Para Cláudio Torres, «Este conjunto do rio, a chegada ao velho porto! Isto é um sítio fantástico, portanto deve ter tido outro desenvolvimento histórico. É provável criar de um cerro abandonado qualquer coisa interessante. Que pode ser valorizada. E isso é um ponto fundamental. É o fato do seu passado é a riqueza arqueológica, que vai trazer a vida!»
Cláudio considera fundamental para o projeto arqueológico da Mesquita, o apoio e o interesse dos habitantes locais e a sua participação. Conseguindo alguma possibilidade de fixação na terra poderá ser ensaiado um caminho inverso ao dos seus antepassados.