Os membros da Direção reuniram ontem com a administração, direções de serviços e INEM e assume que a falta de recursos por licenças e baixas obrigam a reavaliar a resposta, durante o verão. O plano está a ser revisto e vai ser anunciado na próxima semana para garantir a segurança e qualidade na assistência às grávidas e crianças.
Para isso, foi reforçada a resposta do INEM, assim como os cuidados de saúde primários que vão atender crianças com doença aguda para evitar maior afluxo às urgências.
O protesto do PCP
Anotando a ironia de ter vindo a público, no Dia da Criança, 1 de Junho, o fecho do serviço de pediatria e da maternidade do Hospital de Portimão, o PCP reprova e diz que a medida favorece o negócio privado.
O partido diz acompanhar com grande preocupação «todo um caminho feito, desde há muitos anos, que visa o encerramento de serviços e unidades do Hospital de Portimão no que respeita a cuidados de pediatria, assistência a grávidas, a partos, no acompanhamento de mães, bebés e crianças«. Para o PCP o que está em causa é um «rumo de destruição e desmantelamento de serviços públicos de saúde no Algarve em geral e no Barlavento Algarvio em particular.»
Considera intolerável que toda uma zona da região fique sem esses cuidados e serviços, e diz que sobra apenas a solução do Hospital de Faro, «com distâncias que chegam a ser superiores a mais de 100 quilómetros e 2 horas de tempo de viagem».
Trata-se de um inaceitável retrocesso no acesso aos cuidados de saúde maternos, de crianças e das suas famílias, assim o considera. O PCP diz ainda que o governo do PS, se vem se escondendo atrás da Direcção Executiva do SNS e das suas decisões baseadas em «estudos e planos operativos», e tem seguido uma política de favorecimento dos grupos privados «que fazem da doença o seu negócio e do bolso dos algarvios o seu rendimento seguro».
Para o PCP no Algarve, a degradação do Serviço Nacional de Saúde e a falta de recursos humanos no Hospital de Portimão, particularmente nos serviços de urgência de pediatria, obstetrícia e ginecologia têm sido frequentemente denunciadas ao longo de anos e «já podiam estar solucionados se assim houvesse vontade política para tal. Uma degradação que vem desde anteriores governos PSD e CDS e que o PS também não impediu».
A alternativa apontada por aquele partido é o reforço do Serviço Nacional de Saúde, através de um investimento sério e efetivo nas suas valências, que passa pela contratação de mais profissionais, bem como pela valorização das suas carreiras. E lembra que a luta das populações e profissionais de saúde «tem adiado, e mesmo travado, intenções semelhantes no passado e, por isso, apela à organização e luta em defesa do SNS, pelo reforço do serviço de Pediatria e pela manutenção da maternidade». A informação é da responsabilidade do secretariado da DORAL do PCP
Utentes do SNS marcam concentração
Um nova concentração no Hospital de Portimão acontecerá na próxima quarta-feira, 7 de Junho, pelas 18:00 horas, promovida pela Comissão de Utentes do SNS, devido ao encerramento da Maternidade, Bloco de Partos e Urgência Pediátrica.
Entre as causas, está o encerramento dos serviços de maternidade, urgência e internamento pediátrico, bem como da neonatologia e berçário da unidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). «Em fevereiro, nascer em Portimão tinha data marcada, agora já não se nasce nem se cuida de bebés e crianças em Portimão. Inadmissível! Vamos à luta», anunciam no comunicado de imprensa.
A Comissão de Utentes diz que há obras que oportunamente coincidem, com o encerramento da Pediatria por falta de médicos.
E destacam a nota divulgada precisamente no dia Mundial da Criança, celebrado ontem, quinta-feira, 1 de junho, uma informação de Serviço emitida pelo CHUA, indica que, «devido ao facto de não haver pediatras, a partir das 9h00 desse mesmo dia, deixou de ser dado apoio ao Bloco de Partos/ Serviço de Urgência/ Internamento Pediátrico e Berçário no Hospital de Portimão, sendo que bebés e crianças foram transferidos para o Hospital de Faro».
Analisando a atitude dos responsáveis, «independente do governo em funções, o objetivo de transformar um direito constitucional num negócio permanece. Continua o ataque ao Hospital de Portimão, um hospital integrado no SNS. Não podemos continuar a assistir sem lutar», referem.