Decorreu esta tarde na Aldeia da Mesquita a apresentação das conclusões preliminares no projeto arqueológico ICAM, com incidência na cerca das Alcarias da Mesquita e na Ermida da Nossa Senhora das Neves, território de Mértola.
Após 23 dias de escavações, alguns indícios de que por ali teria existido gente abastada, capaz de comprar louça do Mediterrâneo, que o local pudesse também ter sido um entreposto de ligação ao rio Guadiana.
Como afirmou Fátima Palma do Campo Arqueológico de Mértola, parceiro no projeto, “ainda é cedo para tirar conclusões”.
Trata-se pois de um momento ainda de apreciações preliminares. Existe a convicção de que vale a pena investir trabalho por ali e, mais adiante, pensar na criação de um polo arqueológico.
Bilal Sarr, quem representa a parte da vizinha Espanha e lidera o projeto e também a técnica portuguesa esforçaram-se por garantir aos habitantes locais, que começam a ver com agrado a presença da juventude na aldeia, que todos os achados ficam em território português, apesar do iberismo do projeto.
Foram mostrados muitos dos cacos que importa classificar e os moradores tiveram a oportunidade de visualmente os contactar. Seguiu-se uma apresentação de diapositivos das áreas de intervenção e de objetos encontrados, incluindo ossadas de crianças.
O motivo deste projeto é conhecer o processo da Hispânia ao al-andalus e como se deu a arabização e islamização do território e a resistência ao mundo rural.
A sessão de esclarecimento decorreu no salão da Sociedade Recreativa Mesquitense, fundada em 1937, também parceira do projeto.
Cláudio Torres, que esteve presente, anotou que é necessário perceber se o local era um porto, porquê al,i e lembrou que a arqueologia é um processo lento e pode ali acontecer algo importante para aumentar o interesse em conseguir o financiamento que coloque mais meios ao serviço da investigação atual.