Com a devida vénia e o mais profundo respeito pelo Vítor e pelo brilho da sua prosa, aqui fica o texto que publicou no Facebook, para conhecimento dos nossos leitores.
«De carinha redonda, sorriso aberto, o sorriso da mãe, a alegria da Sara, a cidade de Tavira viu-o crescer como outra qualquer criança traquina e alegre. Alguns, que se acham especialistas na arte da bola, viram naquele menino uma forma diferente de tocar na bola, uma capacidade de ocupar o espaço que o tornava pequeno para os outros e uma avenida para ele. Uma garra que o tornava maior do que os maiores. Por isso, ainda menino, foi para a “academia” de um dos “grandes”. A Sara sofreu, o João sofreu! Separar um filho de uma mãe é doloroso. Mas, era para o seu bem. Era o que o menino queria! E o menino, ainda menino, chegou ao mais alto patamar do futebol português: campeão europeu junior, campeão nacional de futebol, estreia na seleção nacional, aos 18 anos.
Hoje a cidade de Tavira, onde todos nos conhecêmos, acordou em choque. A Sara morreu. Embora já a soubéssemos doente. Com essa terrivel “doença prolongada”, não pudémos deixar de ficar de rastos com esta terrível notícia.
Ninguém pode calcular a dor e o sofrimento do João! Eu que tive o privilégio de ter a minha mãe comigo durante 65 anos, e que ainda hoje não consigo livra-me da dor intensa de a ter perdido, nem consigo imaginar como se pode sentir um menino ao perder a sua, ainda uma jovem, com tantos anos pela frente.
Coragem e força, João!“