Homenagem póstuma a Antónia Sanchez Barba

Homenagem a Antónia Barba

Na Casa dos Condes, em Alcoutim, ontem, sábado, familiares e amigos de ambos os lados da fronteira prestaram homenagem a Antónia Sanchez Barba, de S. Lucar del Guadiana, e realçaram o empenho de vida na aproximação dos povos fronteiriços.

Antónia Maria Sanchez Barba foi professora em San Lucar del Guadiana. Casou com o português Ângelo Camarada Carro que foi chefe da secretaria em Alcoutim e Vila Real de Santo António.

Durante a homenagem, foram lidos poemas do livro que recolheu com o título de «Esse mágico nome: Guadiana», uma antologia com quatro dezenas de poemas de outros tantos poetas, dedicada ao rio, a qual já não chegou a apresentar publicamente, por ter subitamente falecido.

Vitória Cassinelo assinalou o momento de tristeza, mas de homenagem merecida, lembrando o papel de Antoñita, nome por que era conhecida entre os amigos, no desenvolvimento de acções de carácter social, cívico e cultural, entre os povos fronteiriços de Portugal e de Espanha.

Lembrou que ela era uma cidadã activa, desde os tempos da juventude em San Lucar del Guadiana, o matrimónio hispano-português e as participações na Associação Transfronteiriça ATA, na S.L. Alavanca e a página escrita em espanhol que manteve no «Jornal do Baixo Guadiana», bem como o trabalho em defesa da construção de uma ponte internacional que unisse os dois territórios, entre Alcoutim e San Lucar.

Carlos Brito salientou que os que ali estavam não tinham comparecido apenas por amizade, mas também para prestarem homenagem pela sua dedicação à causa da cultura, a paixão pelo Guadiana. Colocou em relevo o facto de Antónia, no seu livro, ter encontrado e reunido poemas que provém até mesmo de Badajoz.

António Cabrita lembrou a reunião na Casa Grande de Ayamonte, no ano de 2011, onde a iniciativa de Antónia fez reunir vários poetas de ambos os lados da fronteira, tendo um papel determinante no arranque da tertúlia «Poetas do Guadiana» que continua activa.

Maria Rita também salientou o papel da Antónia, tendo revelado que uma das coisas que a surpreendera na homenageada tinha sido o facto de ela se ter lembrado de uma pequena terra como Balurcos, ter recebido a sua atenção, considerando-a como mulher incansável que saltava os cânones e queria sempre acrescentar algo que os valorizasse. Classificou-a de mulher excepcional.

Augusto Lourido também se referiu ao papel cultural que Antónia desenvolveu na Região do Baixo Guadiana, tendo-a conhecido nas iniciativas dos «Poetas do Guadiana»

No final da cerimónia, Paul, irlandês tocou no violino, a lembrar as brumas do Guadiana e uma outra em homenagem à sua terra natal.

José Estêvão Cruz

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